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» » » » Professora de Paulista – PB é destaque em coluna do jornal O Globo
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Mês passado, antes de uma palestra, Jonilda Ferreira estava nervosa, como me confessou depois. “Fiquei um pouco assustada quando vi a qualidade dos palestrantes.” Mas ela deu conta do recado: “Coragem é o que mais temos.” Jonilda falou no evento TIMx. Entre os convidados estavam o jornalista Gleen Greenwald e o criador do Waze, Uri Levine. Mas ela foi, de longe, a mais aplaudida. Mais cedo, o presidente da TIM, Rodrigo Abreu, havia me dito: “A primeira vez que ouvi Jonilda falar eu chorei.” De fato, sua história emociona e surpreende. Esta professora de 47 anos fez de Paulista, de apenas 12 mil moradores, no interior da Paraíba, a 397km da capital, uma potência da Matemática. Seus alunos na escola municipal Cândido de Assis Queiroga acumulam medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e na Olimpíada Campinense de Matemática (OCM). É o colégio com melhor desempenho da Paraíba. E deve vir mais por aí. Dia 28 é a prova da 29ª edição da OCM. Mãe de Wallyson, de 16 anos, Wanderson, de 15, e Giulliana, de 13, ela é formada em Matemática pela Universidade Estadual da Paraíba e em Ciências Econômicas pelas Faculdades Integradas de Patos.
REVISTA O GLOBO: Fale do sucesso nas olimpíadas de Matemática.
JONILDA FERREIRA: Teve início com meu filho Wanderson, que no quinto ano me pediu para ver provas de olimpíadas. Começamos a estudar em casa e no ano seguinte, em 2010, aos 9 anos, ele tirou medalha de ouro. Isso motivou outros alunos. Em 2011, tivemos duas medalhas de ouro, uma delas do Wanderson, e três de bronze. Em 2012, saltamos para 17 medalhas. Hoje, no total, são 14 medalhas de ouro, nove de prata e 39 de bronze, além de 112 menções honrosas. Veja o caso do Matheus, sobrinho da diretora da escola. Era indisciplinado, não queria nada com estudo, a mãe vivia na escola atrás dele. Ela chegou a dizer: “Ou tiro ele ou venho morar na escola.” Eu me ofereci para acompanhá-lo. Matheus acabou sendo o primeiro aluno que pediu para ir lá em casa estudar. Deixei, mas fiquei supervisionando. Vai que ele envolvia meu filho (risos.) Pois ele ganhou medalha, hoje tem bolsa em escola particular do Recife e se prepara para fazer Medicina.
Como você virou professora?
Comecei a dar aula de Matemática para o Ensino Médio em 2002. À época, os alunos detestavam a disciplina, não se identificavam, não se achavam capazes. Isso me entristecia. Como não gostavam se você vive Matemática o tempo todo? Eu precisava manter o aluno ocupado e sair da rotina, que é o que cansa. Surgiu a ideia das aulas práticas.
E como veio essa ideia?
Eu estava numa pizzaria. Quando o garçom cortou a pizza em partes iguais, tive a ideia de dar aula de fração. Dá para trabalhar equivalência, adição, subtração. Passei a levar os alunos e deu certo. A partir daí, vieram outras atividades extraclasse. No supermercado, a meta é fazer a cesta básica mais barata. Eles pesquisam preços, veem quantidades, fazem contas. Na feira, têm que fazer salada de frutas pagando o mínimo. Pechincham, veem o que gastaram, imaginam quantos copinhos vão vender e o que vão lucrar. Isso auxilia na economia doméstica. Dizem: “Professora, ajudei minha mãe a economizar na feira.” No posto de gasolina, quando alguém abastece, eles ficam de olho na bomba. Conferem quantos litros e calculam o que o motorista vai pagar. Aprendem a utilização de números reais, de decimais. Na farmácia, falamos sobre medidas, a partir das dosagens, do peso. Para trabalhar proporção, cozinhamos. Se a receita do bolo for para cinco pessoas peço que façam para sete. Eles calculam os ingredientes para adaptar a receita. Antes planejamos tudo em classe e depois trabalhamos o que eles vivenciaram. São 35 alunos por turma, do 6º ao 9º ano. Aqui é uma região muito carente. A cidade não tem nem sinal de trânsito. Sinto falta de trabalhar número inteiro usando elevador.
Você enfrentou resistências com seus métodos?
No começo teve quem não acreditasse: “Vai se ocupar de outra coisa, você fica dando tudo por esses meninos.” Mas nunca desisti. A gente deve lutar pelos alunos, fazer tudo que puder. Eles são abertos à inovação. Com as nossas aulas, vejo que há uma melhora em todas as disciplinas. Não é a habilidade de fazer contas que se aperfeiçoa, é a capacidade de raciocínio. Tenho a maior fé na educação.
Por Mauro Ventura – O Globo

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Por Redação